quinta-feira, 29 de março de 2012

Amianto: milhares de britânicos serão indenizados

Fonte: O GLOBO
LONDRES — Milhares de trabalhadores que contraíram câncer por exposição ao amianto devem ser indenizados num montante estimado, segundo o jornal “Guardian”, entre 600 milhões de libras e cinco bilhões de libras. A decisão foi anunciada em uma sentença histórica do Supremo Tribunal britânico, que encerrou mais de cinco anos de disputa judicial. Os juízes determinaram que as seguradoras deverão indenizar as vítimas ou seus parentes, levando em conta o momento da contaminação e quando foram identificados os sintomas do câncer, anos depois.

Estima-se que milhares de pessoas contaminadas ou seus herdeiros serão beneficiados pela sentença, já que os primeiros casos remontam aos anos 1940. Acredita-se que, desde então, o amianto tenha causado a morte de cinco mil pessoas por ano e que ainda surjam 2.500 novos casos ao ano. Espera-se, porém, que este número comece a cair após 2015.

A Justiça se pronunciou em 2008 a favor dos doentes, mas, em seguida, o Supremo Tribunal deu razão às seguradoras, causando “confusão e incerteza entre as vítimas e suas famílias”. Agora, um painel de cinco juízes do Supremo determinou que “a negligente exposição de um empregado ao amianto durante o período em que apólice (de seguro) estava em vigor tem vínculo causal suficiente com a consequente aparição de mesotelioma (um tipo de câncer) para ativar as obrigações do segurador”.

A Associação de Seguradoras Britânicas saudou a sentença e criticou o “pequeno grupo de companhias independentes” que levaram o assunto aos tribunais. “A associação e nossos membros estão comprometidos a pagar o possível a pessoas com mesotelioma por terem sido expostas ao amianto em seu posto de trabalho”, disse o diretor-geral de Seguros e Saúde da associação, Nick Starling.

— Sempre nos opusemos a ir aos tribunais. A sentença confirma o que a maioria do setor dava por certo: que o segurador tem de dar cobertura a quem era segurado quando houve a contaminação — afirmou.

Uma das advogadas dos trabalhadores afetados, Helen Ashton, do escritório Irwin Mitchell, destacou que a sentença “terá implicações mais amplas para pessoas com problemas de saúde relacionados ao trabalho”:

— Isso vai afetar todos os que sofrem de doenças ou lesões no trabalho que podem demorar para se desenvolver.
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quinta-feira, 15 de março de 2012

Petrobras teve 1.606 acidentes em Campos em 2011

Fonte: O GLOBO
A Petrobras teve 1.606 acidentes de trabalho em 2011 somente na Bacia de Campos, segundo levantamento do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Foram praticamente quatro ocorrências por dia.

De acordo com o sindicato, 119 trabalhadores morreram enquanto trabalhavam na Bacia de Campos desde 1998, sendo 85 terceirizados e 34 efetivos da Petrobras. Procurada pelo O GLOBO, a Petrobras alegou que trabalha preventivamente para que não ocorram acidentes e que investiu US$ 5,2 bilhões em segurança, meio ambiente e saúde no ano passado.

Nesta terça-feira, houve um caso de risco aos trabalhadores de plataformas de petróleo. Um incêndio causou o adernamento da plataforma de perfuração SS-39 (Alaskan Star) da empresa Queiroz Galvão Óleo e Gás, que presta serviço para a Petrobras. Mas nenhum dos 102 trabalhadores embarcados ficou ferido.

A falta de segurança para a operação de plataformas de petróleo também prejudicou o desempenho financeiro da companhia. Só em 2011, interdições de plataformas por problemas de segurança fizeram com que a empresa deixasse de ganhar US$ 116 milhões, segundo estimativas de Rodrigo Pimentel, técnico do Dieese.

A divulgação desses dados tem como objetivo reforçar as reivindicações do sindicato por maior investimento em segurança, já que nesta quinta-feira, dia 15 de março, faz 11 anos que morreram 11 petroleiros no naufrágio da P-36, na Bacia de Campos.

— Não aparecem nesse levantamento os acidentes que aconteceram e as empresas não registraram. É preciso investir mais na segurança do trabalhador — ressalta José Maria Rangel, coordenador-geral do Sindipetro-NF.

Foram interditadas quatro plataformas na Bacia de Campos em 2011, de acordo com o sindicato. A P-15 ficou parada por sete dias; a P-20, por 19 dias; a P-37, por dez dias e a Cherne-2, por 34 dias. Com isso, a empresa deixou de produzir pouco mais de um milhão de barris de petróleo — ou 163 milhões de litros — neste intervalo, pelos cálculos do Dieese. São esses dias de paradas que resultam nas perdas de US$ 116 milhões, segundo estudo de Pimentel.

— Embora para o resultado global seja uma pequena perda de produção, mostra um descompasso com o volume de investimentos — ressalta o técnico do Dieese.

De acordo com dados do sindicato, existem atualmente 15 mil funcionários efetivos da Petrobras na Bacia de Campos e outros 45 mil terceirizados que prestam serviço para a empresa.

Em nota, a Petrobras informou que “adota rígidos padrões de segurança e com práticas que permitem ao trabalhador parar em caso de dúvida” e que “os procedimentos adotados pela Petrobras atendem integralmente às exigências feitas pelos órgãos reguladores”.

A empresa também informou que no período de 2000 a 2011, a Taxa de Freqüência de Acidentados com Afastamento (- acidentados com afastamento para cada milhão de horas de exposição ao risco) reduziu de 3,60 para 0,68. No mesmo período, a Taxa de Acidentados Fatais (número de acidentados fatais para cada 100 milhões de horas de exposição ao risco) 2000 e 2011, baixando de 13,76 no ano 2000 para para 1,66 em 2011. A Petrobras também garante que todos os acidentes e incidentes decorrentes das atividades da empresa são comunicados aos órgãos competentes, investigados e documentados.


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